terça-feira, 25 de outubro de 2016

O sonho perdido

O sonho perdido (vale a pena ler)
Desde pequena, Karina só conhecia uma paixão: dançar. Ainda bem jovem, ela já tinha um sonho. Queria ser uma das principais bailarinas do Ballet Bolshoi! 
Seus pais desistiram de lhe exigir empenho em qualquer outra atividade, visto que ela dedicava horas e horas à dança.

Os rapazes já haviam se conformado: no coração de Karina só havia lugar para o ballet. Tudo o mais era sacrificado pelo objetivo de se tornar bailarina do Bolshoi.
Um dia, Karina teve sua grande chance. Conseguiu uma audiência com o Diretor do Bolshoi, que estava selecionando aspirantes para a Companhia.
Nesse dia, Karina dançou como se fosse seu último dia na Terra. Colocou tudo o que sentia e que aprendera em cada movimento, como se uma vida inteira pudesse ser contada em um único passo.
Ao final, aproximou-se do renomado Diretor e lhe perguntou:
- Então, o senhor acha que posso me tornar uma grande bailarina?
- Não acredito, minha jovem... Você precisa de algo mais para se transformar em uma grande bailarina.
Na longa viagem de volta à sua aldeia, Karina, em meio às lágrimas, imaginou que nunca mais aquele "Não" deixaria de reverberar em sua mente. Meses se passaram até que pudesse novamente calçar uma sapatilha e fazer seu alongamento em frente ao espelho.
Dez anos mais tarde, Karina, já uma estimada professora de ballet, criou coragem de ir à exibição anual do Bolshoi em sua região.
Sentou-se bem à frente e notou que o senhor Davidovitch ainda era o Diretor Master.
Após a exibição, aproximou-se dele e contou-lhe o quanto ela queria ter sido bailarina do Bolshoi e quanto lhe doera, anos atrás, ter ouvido dele que ela não seria capaz disso.
E o diretor respondeu:
Mas, minha filha... Eu digo isso a todas as aspirantes.
Com o coração ainda palpitando, Karina não conseguiu conter a revolta e a surpresa, dizendo:
- Como o senhor foi capaz de cometer uma injustiça dessas? Eu poderia ter sido uma grande bailarina se não fosse o descaso com que o senhor me avaliou!
Havia solidariedade e compreensão na voz do Diretor, mas ele não hesitou ao responder:
- Perdoe-me, minha filha, mas você nunca poderia ter sido grande o suficiente, se foi capaz de abandonar o seu sonho pela opinião de outra pessoa.
(autor desconhecido)

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